Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O Banco Central manteve a taxa Selic em 15% ao ano pela terceira reunião consecutiva do Copom, confirmando a expectativa do mercado e reforçando que os juros devem permanecer no maior patamar desde 2006 por um “período bastante prolongado”. A decisão foi unânime entre os membros do comitê.
O tom do comunicado: cautela e firmeza
O BC deixou claro que não há espaço para cortes no curto prazo, mantendo o discurso de que “seguirá vigilante” e “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”. O colegiado destacou que o ambiente segue “incerto” e com riscos inflacionários “mais elevados do que o usual”.
Entre os fatores citados que podem pressionar a inflação para cima estão:
- Desancoragem das expectativas inflacionárias
- Resiliência da inflação de serviços
- Conjuntura de políticas econômicas externa e interna
Inflação ainda acima da meta, mas com melhora gradual
A decisão ocorre mesmo com a melhora nas projeções do mercado:
- 2025: 4,55% (sexta queda consecutiva no Focus)
- 2026: 4,20%
- 2027: 3,80%
- 2028: 3,50%
Apesar da trajetória descendente, todos os anos permanecem acima da meta central de 3%, justificando a manutenção da política monetária restritiva.
Riscos em equilíbrio instável
O Copom também listou fatores que podem ajudar na queda da inflação:
- Desaceleração global mais pronunciada
- Perda de fôlego da economia doméstica
- Queda de commodities
No entanto, mencionou explicitamente os efeitos do “tarifaço” de Donald Trump e os impactos da política fiscal brasileira como pontos de atenção.
Próximos passos: paciência é a palavra de ordem
Com apenas uma reunião restante em 2025 (9-10 de dezembro), o mercado já projeta que os cortes só devem começar em 2026. O BC reforçou que manter os juros em patamar contracionista é necessário para “assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas”.






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